Como você se relaciona com suas finanças? Para alguns, dinheiro foi feito para gastar, outros têm a visão da poupança e investimento. Há quem planeje e registre cada gasto, mas também não faltam os que a cada mês são surpreendidos por ter gasto mais do que ganhou, e ficou sem recursos antes da data do próximo pagamento.
O livro “Ser Rico é Possível” já inicia questionando o conceito comum de “riqueza”, afirmando – e demonstrando – que ser rico não é sinônimo de ter altas receitas, nem necessariamente de dispor de abundantes bens materiais.
O conceito de riqueza apresentado é baseado no patrimônio líquido, ou seja, excluindo as dívidas e financiamentos – e, para muitos fins, excluindo também os bens utilitários (como a residência, a casa de veraneio e o carro usado pela família) que em situações normais não estão imediatamente disponíveis para gerar receita ou rendas de investimentos.
Trata-se de um conceito bastante adequado para conduzir à ideia de independência econômica desenvolvida no livro, que é a disponibilidade de meios para se sustentar e prosperar, por um prazo, mesmo se for negada a possibilidade de continuar trabalhando e mantendo sua fonte usual de receita – em um enfoque diferente daquele que eu mesmo emprego ao sugerir que todos considerem criar seu Fundo de Reserva pessoal, por exemplo.
O capítulo 2 traz um interessante teste para verificação de seu perfil, e apresenta o “tripé da riqueza”, cujos 3 fatores essenciais são aquisição, uso e administração das finanças. Os 4 capítulos a seguir trazem, com uma boa dose de bom senso e também de fundamentação acadêmica, detalhes sobre atitudes relacionadas à atividade profissional como fonte de aquisição, sobre o uso construtivo e a boa administração dos recursos.
O capítulo 6 fala sobre a “pirâmide da riqueza”, tratando sobre as opções à disposição de quem quer seguir este caminho, o prazo (geralmente longo) para que produzam o fruto desejado, e a questão do risco, que o autor sintetiza numa questão crucial: é melhor comer bem ou dormir bem?
A partir daí vem uma série de assuntos menores (mas não menos importantes), abordados em capítulos separados, dos quais destaco especialmente o primeiro: empreender não é para todos – como descobrem as pessoas que resolvem investir as economias na abertura de um negócio próprio e depois passam a fazer parte dos 7 a cada 10 empreendimentos que logo fecham as portas. A perspectiva de maior rentabilidade e flexibilidade precisa ser comparada com a da liquidez e a do risco…
Os outros temas tratados em capítulos próprios são:
- como melhor ajudar os filhos
- aposentadoria
- diferenças típicas do enfoque feminino
- empresas familiares
Ao final o autor reafirma o título do seu livro: ser rico é possível! E concordo com ele, inclusive quanto à ênfase na questão da atitude e dos conceitos fundamentais – afinal, o primeiro passo é um grande desafio inclusive quanto à motivação: conseguir gastar consistentemente menos do que se ganha e reservar o saldo para a poupança.
O livro do argentino Marcelo Elbaum foi publicado no Brasil pela editora Academia de Inteligência e tem 172 páginas.