Não compre nada na Black Friday, diz especialista

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Para quem acha que vai fazer ótimos negócios aproveitando ofertas da Black Friday, Stephen Hoch, professor de marketing da prestigiada escola de negócios Wharton, da Universidade da Pennsylvania, tem um conselho: não compre nada nessa liquidação.

Hoch produziu uma série de estudos acadêmicos que propõem maneiras de avaliar o valor do tempo para o ser humano. Numa entrevista ao site AllThingsD, ele explicou sua visão da Black Friday. É uma visão que se aplica mais aos Estados Unidos do que ao Brasil. Lá, longas filas se formam em frente às lojas já na tarde de quinta-feira.

Para Hoch, esperar na fila é perda de tempo. E tempo é, realmente, dinheiro. “O fato de que você não está realizando atividade remunerada naquele momento não significa que o tempo não tem valor para você”, disse. Ele também argumenta que a maior parte das ofertas da Black Friday pode ser encontrada também em outras épocas do ano.

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Em sua avaliação, para a maioria das pessoas, a economia na compra não compensa o tempo perdido. “Só há um dia pior do que a Black Friday para comprar. É o Dia de Ação Graças”, disse ele ao AllThingsD, numa referência às lojas que abrem nesse feriado americano, antecipando a Black Friday em um dia.

Resumindo, para Hoch, cabe a cada um pôr na balança o tempo gasto em busca do preço mais baixo e a economia obtida. O valor que a pessoa atribui a seu próprio tempo vai determinar se a compra vale a pena ou não. A avaliação parece ser mais favorável nas compras feitas no comércio eletrônico, que tendem, é claro, a exigir menos tempo do que aquelas feitas em lojas físicas.

Pensa novamente quando estiver no mercado !! vídeo

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A princípio lembrei do vegetarianismo porque um dos argumentos mais frequentes dos vegetarianos que eu conheço é “serem contra a ‘indústria da morte’ que, para quem não sabe, é o nosso modo de produção alimentício”. Pelo o que eu entendo disso, acredito que o fundamento desse argumento é a forma como tratam os animais, desconsiderando qualquer possibilidade de que o animal possa pensar, sentir, etc. O que também é polêmico, lembrando o caso recente do Instituto Royal. Mas o vídeo vai além disso tudo, é um trecho do filme SAMSARA, falei dele neste post aqui.

O filme é mesmo incrível, “nem um documentário tradicional, nem um diário de viagem, o filme assume a forma de uma meditação não-verbal. Através de imagens poderosas, o filme ilumina as relações entre a humanidade e o resto da natureza, mostrando como nosso ciclo de vida reflete o ritmo do planeta.” Neste trecho chamado Food Sequence, que os produtores divulgaram no Vimeo, mostra a parte da produção alimentícia em algum país asiático, e a forma como é consumida. É um pouco chocante para quem não tem “estômago forte”.

Recomendo que assistam, porque não se trata de uma briguinha entre comer carne ou não comer, se trata do nosso modo de vida, cada vez mais acelerado, cada vez mais exagerado, e cada vez mais consumista. Acredito que esta não é a realidade da maior parte do Brasil, mas a cada dia mais vemos um certo processo de “americanização” se desenvolvendo, então é bom ficar atento antes que aconteça de fato.
Reflitam! Aguardo discussões nos comentários.